15 março 2010

Hoje sinto-me... INDIGNADA!

E estive eu a perder mais de meia hora da minha vida para ficar a saber que temos um bispo nas Forças Armadas que nem sequer se consegue pronunciar sobre dois dos maiores problemas que a Igreja católica enfrenta neste momento. Mas será só de mim ou a Igreja católica precisa de uma URGENTE modernização? Contraceptivos, homossexualidade e celibato. Acordem!

E a questão que me grita neste momento: MAS PORQUE RAIO TÊM ELES DE SER CELIBATÁRIOS?! NÃO SÃO HOMENS?! Bem, talvez não… monstros em tantos casos… (25 MIL SÓ EM DUBLIN?!)

9 comentários:

Quint disse...

Não será certamente uma temática agradável para a própria Igreja Católica, admito.
Não sei se bastaria que a Igreja, enquanto instituição, aderisse aos temas ditos fracturantes do momento ou evoluísse nas suas posições mais conservadoras face a temas genericamente aceites pela sociedade para, dessa forma apenas, erradicar a pedofilia do seu seio.

Afinal, ser padre não é garante de que se deixa de ser homem e o homem, já Santo Agostinho o dizia, tem carne fraca ...
Seja como for, é relativamente irritante que a Igreja Católica não assuma posições mais "mainstream" mas também há que compreender que nalguns casos isso equivale a renegar a sua essência.

E isso, até eu que sou agnóstico, compreendo e aceito que seja difícil de conseguir.

Paralelamente, conviria também que as pessoas muito comodamente não se encafuassem na hipocrisia tão em voga e fizessem de conta que nada se sabia, tudo era ocultado!
Não creio ... como dizes, Celina, vinte e cinco mil em terras de Dublin mais as casas de freiras onde se aprisiovam as raparigas estouvadas é fruta a mais para ninguém ter sabido de nada.

Pensador disse...

Não nos esqueçamos de que o atual papa Ratzinger tem um histórico, digamos, não muito gentil. E muito menos progressista...

Celina disse...

Na câmara municipal de barcelos têm sido realizadas umas conferências sobre Consciência e Religião. Na última veio um padre jesuíta falar e tocou precisamente nestes aspectos. Deu o exemplo dos budistas que vão até aos bares falar com os jovens e convencê-los a seguir a sua religião. Talvez falte isso à Igreja Católica: aproximar-se dos ideais jovens. A juventude não está assim tão poluída, na minha escola temos Grupos Cristãos e há imensa gente que adere ao movimento. Mas muitos concordam comigo: são cristãos e católicos de vez em quando. A meu ver, este aproximar faria com que os jovens se ligassem mais à Igreja aumentando o número de pessoas interessadas em seguir o sacerdócio. Não sei... envergonha-me saber que é este tipo de gente que tem nas mãos a divulgação da mensagem de Cristo. "Deixai vir a mim as criancinhas..."

Quanto ao Papa... não gosto dele! A história dos preservativos em África ainda me está atravessada. Não sei se é a isso que se refere, Pensador, mas seja como for, há já muito tempo que ele não tem o meu apoio.

Patrícia Grade disse...

minha querida Celina, para responder à tua questão gritante, na origem todos os homens que se propõem à vida religiosa devem ser celibatários.
Apenas a igreja católica o exige, com isso tornando o fruto mais apetecido, mas em todas as religiões o celibato faz parte integrante da vida espiritual. Porquê?
Porque é muito complicado buscarmos uma vida interior rica e plena, quando temos um companheiro com que nos preocupar, filhos, obrigações, entendes?

Por isso o celibato é buscado por todos os seres humanos que um dia experimentaram uma vida espiritual mais rica. Aliás, posso até adiantar-te que os seres mais espiritualmente realizados até evitam falar, porque se dão conta, a certa altura do seu caminho, que a palavra é um veículo demasiado forte para ser pronunciado em vão, por isso a igreja católica refere que não se deve pronunciar o nome de Deus em vão...
Não, nem por isso sou uma religiosa, há anos que não entro numa igreja. Mas a religião pouco tem a ver com a espiritualidade e esta tem mais a ver com a nossa interioridade do que com a procura de algo que nos é exterior...

Posso garantir-te que a Igreja católica ganharia muito mais se optasse pelo caminho da tolerância, como fazem os nossos amigos budistas, alguns hindus... Pelo mundo fora começa a despertar uma nova sociedade, mais ligada ao humano, ao espiritual e isso obriga à tolerância e por isso também, a igreja católica começa a sentir a tensão de se adaptar a um mundo que já lhe fugiu do alcance...

Celina disse...

Esse comentário vai me deixar acordada à noite... :D Não sei se o tipo de espiritualidade que espero dos sacerdotes é a mesma que espero, sei lá, das irmãs carmelitas por exemplo. Acho que os sacerdotes têm uma missão muito mais próxima da espiritualidade humana pois cabe a eles a difícil função de levar aos outros a mensagem de Cristo. Pessoalmente, lido com irmandades desde os meus 9 anos (os Irmãos das Escolas Cristãs La Salle e agora os Irmãos de S. João de Deus) e sempre admirei o seu mecanismo de funcionamento. Levantam-se cedo para orar e seguem o dia ensinando, no caso dos Irmãos de La Salle, ou apoiando doentes mentais, no caso dos Irmãos de S.João de Deus. São pessoas maravilhosas com quem dá gosto conversar, a cada palavra se aprende um mundo; no entanto, são de fácil trato, passam a mensagem com a mesma facilidade de quem fala do jogo do Benfica da noite anterior. Concluindo, acho que é possível aliar ambas as coisas simplesmente porque do meu ponto de vista o retiro não e a única forma de expressar a fé e de comungar com Cristo. Cada pessoa tem uma forma diferente de ser e eu não acho que o padre da minha paróquia (mais uma pessoa fantástica) seja mais cristão do que os ministros da comunhão (idem) que optaram pelo casamento. Como já disse, penso que cada vez mais o futuro da Igreja se afunila numa reformulação das regras por que se rege, caso contrário acabará por cair no esquecimento perdendo por completo a sua essência.

Pensador disse...

Celina, eu fui um poucomais longe do que a questão dos preservativos na África, que também me indignou. O que eu comentei foi aludindo à posteriormente amenizada participação dele na juventude Hitlerista, e à posterior passagem pelo Tribunal da Doutrina da Fé, novo nome para o Santo Ofício da Inquisição, que ao contrário do que muita gente pensa, não acabou - apenas não queima mais as pessoas de maneira tão explícita.
Quanto à questão do celibato, como eu acho que homem e mulher se complementam, não consigo imaginar como alguém pode querer orientar a vida de outras pessoas, incluindo aqui casais, sem ter sua própria vida completa.

Celina disse...

EU

NÃO

PODIA

ESTAR

MAIS

CHOCADA!!!!!!!!!!!!!

Não fazia ideia... ouvi rumores de que ele estava directamente ligado aos abusos sexuais mas continuo sem saber se é verdade. Quanto a isso... nem sei o que dizer... Ok hoje é definitivamente um dos meus dias não católicos. ONDE ESTÁ A LÓGICA FRATERNA DESTA IGREJA?! Mas afinal, quais são os princípios dessa gente? Não são os da Ciência, não são os da sociedade moderna, não são os da Bíblia... ainda existem princípios? Além dos óbvios de egoísmo e auto protecção/promoção...

Eduardo Miguel Pereira disse...

Graças a Deus sou ateu !

Celina disse...

Permita-me discordar, Eduardo, mas acreditar ou não em Deus nada tem a ver com o que aqui se discute. Que a Igreja em que me insiro me envergonha, não tenham dúvidas; se tenho vergonha da minha fé, nunca.