14 junho 2010

Nós somos portugueses nós somos latinos… mas não gostamos muito de inovar…

Brightblue, LusoScreen, Science4you, Cooklab, MedBone… conhecem?

A minha inimizade à TVI é declarada, mas desta vez tenho que dar o braço a torcer: a Grande Reportagem hoje apresentada foi coisa de pôr todo o meu lado mais nacionalista (no bom sentido) a tremelicar de emoção. Numa altura em que tanto se fala da crise, dá-me um "apertosinho" de raiva cá dentro sempre que se fala nisto de (des)emprego, de fundo de desemprego, de subsídio, etc etc. É que isto do pessoal que está em casa receber mais que quem anda a dar o corpo ao manifesto não me cheira nada bem. Mas enfim, o tema hoje é o orgulho e vamos lá ao assunto: sabiam que a Google dá um dia por semana aos seus empregados para que estes se dediquem aos seus projectos pessoais? E que foi assim que nasceram muitas inovações googlianas? Pois muito bem, não é só além fronteiras que existem cérebros e Portugal é um bom poço deles. As empresas acima referidas são só exemplos das muitas criadas nos últimos anos e que são fruto das ideias brilhantes de algum luso. Infelizmente – e disso mesmo se queixam eles – o nosso patriotismo é que não é muito e em vez de sermos nós os maiores incentivadores destes novos e inovadores produtos, estão os estrangeiros a regozijar-se com eles. A situação está tal que lá fora (e cá dentro?) nem sequer acreditam que tenhamos sido nós, o povo que já teve o Olimpo na mão, os fantásticos criadores de semelhantes produtos. Vamos lá esquecer a nossa nostalgia, olhar para o futuro, votar no empreendorismo e inovar Portugal!

2 comentários:

José Lopes disse...

As excepções confirmam a regra de que o patronato português não sabe aproveitar a mão-de-obra que está à sua disposição. A falta de produtividade e de inovação nacional não está do lado do trabalho, mas está sobretudo na organização que é má e nas condições de trabalho que não são minimamente aceitáveis.
Ainda bem que se vão vendo excepções, pena é que ainda sejam poucas.
Cumps

Celina disse...

Eu não sei se elas são poucas, Guardião; eu que geralmente ando atenta a estas coisas, desconhecia a grande maioria. Acho que realmente o problema está nos apoios claro, mas também na mentalidade. Há que educar para a inovação e não para a estagnação. É aquela tendência para "fazer apenas o meu trabalho e com o esforço mínimo" que a mim me revolta até às entranhas e me dá vontade de mandar tudo às urtigas e partir para a Alemanha. As pessoas queixam-se mas nem por isso se esforçam por melhorar sequer o que fazem. Daí eu venerar pessoas como as que estão por trás destes projectos, pessoas que pegaram nos seus conhecimentos, nas suas ideias e se lançaram num mundo desconhecido com uma coragem que só pode ser comparada à da época dos Descobrimentos e que valeu uma das maiores obras da literatura portuguesa e, na minha opinião, mundial. Se está habituado a ler-me sabe que sou pouco apologista de queixas sobre o governo e as estruturas e patati patata: o futuro somos nós que o fazemos e apesar disto ser uma frase utópica e um pouco individualista, acho que temos que começar por aí, por acreditar em nós próprios e na nossa capacidade de vencer obstáculos. Se eu não lutar pelo meu futuro, quem o fará?