06 março 2010

Crónicas de uma portuguesa...

...à beira de uma ataque de nervos!
Ser-se português não é certamente o mesmo que viver-se em Portugal! Não se é português porque se nasceu em Portugal, nem se é português porque se é filho de portugueses...

Recentemente apercebi-me que não é fácil ser-se português. Estamos num pequeno rectângulo de terra onde parece haver mais corruptos por metro quadrado do que na ilha da Sicília, ao nosso lado passeiam-se peneirentos em porsches comprados a prestações para aparentar a riqueza que colmata a pobreza de espírito e onde o Primeiro-Ministro que passa a vida a pedir ao comum dos cidadãos que aperte o cinto porque a vida não está fácil para ninguém, é só um dos melhores clientes de uma loja que abre as portas para um cliente de cada vez na Rodeo Drive, tendo até o seu nome escrito na lista dos melhores clientes.
É mais fácil ser-se português quando se está fora do rectângulo, porque aí vê-se, à distância da saudade, o Portugal verdadeiro, aquele que se vira para o mar e o beija com o amor de quem quer partir e sempre voltar...

4 comentários:

Quint disse...

Ser português é assim uma espécie de ... é melhor nem dizer!

Patrícia Grade disse...

No post não dá bem para fazer a apologia do tema, mas ser português tem que ver com esta nossa necessidade de querer mais do que o rectângulo nos pode dar. Aqui ficamos com as vistas curtas e vemos o país de uma pequenez tamanha, capaz de nos converter num espanhol!
Os portugueses fora do país, vêm-no Grande, imenso, do tamanho de uma alma lusitana e aí, a meu ver, reside a diferença...

Eduardo Miguel Pereira disse...

E ao que julgo saber, pelo menos fazendo fé na informação (mail) que também já me chegou, o Sr. José Sócrates para além de levar ao extremo a sua cultura "dandy", ainda se dá ao luxo de usar o título de 1º Ministro de Portugal para "assinar" a lista de clientes exclusivos da já por si exclusiva loja.
Ao menos que tivesse a decência de ter deixado o título político de fora desta sujeira.

Celina disse...

Subscrevo por completo as palavras do Indomável. Não há país mais negativo que o nosso. E o pior é que não é só entre o Zé Povinho (no bom sentido) que isto se vê. A própria comunicação social funciona assim. Até fiquei bastante admirada quando estes dias deram destaque à Joana Vasconcelos no telejornal (pelo menos foi onde eu vi). É uma artista fantástica, extremamente original, e que merecia mais reconhecimento por parte do seu povo. Pelo menos tanto quanto o que tem lá fora. Mas enfim, como ela temos a Mariza, a Ana Moura e muitos outros que desconheço por falta de publicidade cá dentro. Como queremos nós chegar ao nível dos outros países se só mostramos o que é mau no nosso?