25 março 2010

Igreja só se pode queixar de si!

O cardeal Saraiva Martins, prefeito emérito da congregação para a Causa dos Santos, disse uma verdade quando lembrou que os casos de pedofilia não são específicos da Igreja, que a maior parte acontece noutros meios da sociedade e os seus autores não são sacerdotes. E logo garantiu que há uma maquinação contra a Igreja Católica nesta onda de denúncias. Pois aqui o Ferreira-Pinto acha que se não tivessem alguns dos representantes da Igreja fechado os olhos e tapado os ouvidos ao que se passava, hoje provavelmente as coisas não ganhavam esta dimensão. É evidente que um padre pedófilo é tão criminoso como um civil pedófilo, mas a um padre pedem-se valores morais mais fortes, mais estruturados. O que antes se passava, Senhor Cardeal, é que um padre além duma referência, inspirava respeito ou temor reverencial. Hoje não. E, conforme se vai sabendo, nalguns casos ainda bem que é assim. No meio disto tudo, eu que sou agnóstico concedo que mesmo assim não se deve tomar a nuvem por Juno. Há muito padre decente, aí tem razão.

20 comentários:

pedro oliveira disse...

Só vai para padre quem quer, com ou sem vocação...coisa que nunca percebi,mas ok.
Para quando o saxcerdócio a mulheres e a permição de casamentos aos padres' esta hipócrisia secular, leva a isto.Sou cristão,mas cada vez menos católico.

Eduardo Miguel Pereira disse...

De facto é também esse o meu entendimento FP, que a um padre, sob o ponto de vista das questões morais se exige um cuidado e um nível de comportamento mais cuidadosos, digamos assim.
E eu que nem a agnóstico chego, fico-me mesmo só pelo ateismo, confesso que está precisamente agora, pela altura da Páscoa, a fazer um ano que conheci um ser humano extraordinário, que é o jovem Padre Jesuita, Filipe Martins, que trabalha no Centro Universitário Manuel da Nóbrega em Coimbra e que é bem o exemplo do que é, como tu bem disseste, um padre decente.
Se ele por acaso for seguidro aqui do nosso Abirritante, aqui fica o meu abraço e o convite para o regresso às Galveias e às actividades com os jovens de lá.

Anónimo disse...

Eu não entendo o que é que esse tipo, está a tentar defender! Sinceramente QUINN... tal ultrapassa-me!
Um texto espectacular! bem dito e bem visto!

José Lopes disse...

Uma maçã podre numa fruteira ameaça o resto da fruta que lá esteja. Os casos de pedofilia que foram abafados no passado caem agora sobre a igreja piorando as coisas.
Cumps

Pensador disse...

Concordo, existem muitos padres decentes, alguns bem mais próximos, talvez, da santidade, que muitos santos canonizados. Mas infelizmente, neste caso, acabam por pagar os justos pelos pecadores - talvez literalmente.

Quint disse...

Amigo Pedro Oliveira as suas questões e perplexidades são partilhadas por muitos mais católicos.
Não sou um exímio conhecedor dos textos bíblicos mas não tenho presente que Cristo tivesse ostracizado a tal ponto as mulheres que lhes quisesse reservar apenas um papel passivo na Igreja que dizem sua.
Os anglicanos, por exemplo, casam e parece-me que nem por isso são menos devotos da palavra de Deus que os padres católicos.

Quint disse...

Amigo Eduardo como já percebeste doutras "músicas" procuro ser um tipo equilibrado e, por causa disso, não ouso, nem posso tomar a árvore pela floresta. Um padre católico é apenas um padre católico e não toda a Igreja e, como bem assinalas, mesmo ao nosso lado podem existir homens que a esse nível são rectos e de uma probidade assinalável.
E, sim, a algumas pessoas exigem-se mais algumas cautelas adicionais e menos flexibilidade moral em vez de um espartano "olhai para o que eu digo, não para o que faço" com que agora alguns membros da Igreja parecem querer resolver a coisa. Até porque, e protestando mais uma vez meus fracos conhecimentos teológicos, a prescrição é coisa terrena e não dos céus; mais a mais, se a fornicação é aos olhos da Santa Madre Igreja crime hediondo, como se pode ter indulgência para com seres que estarão certamente fadados ao quinto dos infernos?

Quint disse...

Ó FADA eu até percebo; está a tentar defender a Igreja instituição dizendo que trastes existem em todo o lado.
Esqueceu-se foi que se é verdade que trastes existem em todo o lado, à Igreja exige-se repúdio veemente e colaboração com a Justiça terrena, e não teorias deste calibre.

Quint disse...

Tem toda a razão, Guardião; o problema foi a Igreja ter mantido essas maçãs podres no cesto!

Quint disse...

Como em muitas mais coisas da vida, Pensador, normalmente padecem mais os justos que os pecadores!

Sol disse...

Pois eu desconfio dos padres, ainda que sendo injusta. Falam-me num padre, fico logo com a pulga atrás da orelha.

PQ disse...

A Igreja Católica ensaia aquilo que qualquer organização faz nestas circunstâncias, ensaia uma estratégia de contenção de danos. A falta de atenção às acções da concorrência, a falta de estudo do mercado em que se movem e dos interesses dos clientes, a não compreensão de que o produto milagre já não vende, os maus investimentos (na máfia, como foi o caso do Banco Ambrosiano) e o consumo imediato em detrimento da recompensa no além, fizeram da ICAR uma empresa a caminho da insolvência.

Quint disse...

È quase como ver o demo, não Sol?

Quint disse...

A estratégia tem de ser essa, de facto PQ mas a desculpa é que podia ser menos esfarrapada!

Sol disse...

Não chego a esse ponto! :) É antes um sentimento de desconfiança.

Quint disse...

Ó Sol desculpa lá, aquilo não foi um exagero meu ... foi carregar nas tintas como o sei lá o quê!

Tite disse...

Esse comportamento - pedófilo - e as Governantas da casa paroquial, que mais não são que as "mancebias" a que a Igreja fecha os olhos, bem como aos "afilhados" que quase todo o padre mantém perto de si ao longo de uma vida... são os motivos porque deixei, há muito, de ser praticante desta ou outra qualquer religião.

Quando preciso, falo com o meu Deus que nada me cobra e tudo me dá desde que não recorra a intermediação.

Francisco Clamote disse...

Um ponto de vista equilibrado, Ferreira-Pinto.

Quint disse...

São práticas de via, cara Tite que, na minha óptica, recomendavam que as sacerdotes que o desejassem fosse permitido o casamento!

Quint disse...

Obrigado, Francisco Clamote; sabem procuro sê-lo sempre embora admita que nem sempre o possa conseguir demonstrar ou até ser!